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A lenda vai voltar! Entre a comunidade de League of Legends (LoL) brasileira, o que mais tem se falado é do retorno de brTT aos palcos do CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends) em 2024, mas por que será que é tão importante que o carioca mais marrento de cenário volte a competir?
Entre erros e acertos, a construção do competitivo do game no Brasil foi e ainda é realizada aos poucos. O LoL caiu na graça do público antes de termos um server nosso. O ping alto não foi um problema para nós encararmos inimigos nos campos de Summoner’s Rift e quando as competições chegaram, a paixão do brasileirinho mostrou que o lolzinho veio para ficar. Dentre tantas figuras presentes nos campeonatos oficiais, uma sempre se destacou e quando veio a decisão de parar de jogar, o cenário sofreu.
Doeu ouvir que brTT se forçou a jogar por dois anos de sua vida, causando problemas que o impediriam de desempenhar gameplays com os famosos campeões utilizados pelo maior atirador que o Brasil já teve. Com a pausa na correira, foram um pouco mais de dois anos que ficamos sem ver Draven, Kalista, Twitch e diversos personagens sendo imbatíveis no teclado e mouse do pai. Tempo que o até então ex jogador profissional se dedicou para a música e para o boxe com toda sua paixão, buscando um lugar para chamar de seu, tentando se encontrar novamente e superar os traumas que tinha sofrido durante uma época que ele mesmo definiu como “um buraco” durante o discurso de despedida no Prêmio CBLOL, na fatídica noite de 23 de novembro de 2021.
O sentido para ser feliz veio na arte. A arte da música e a arte da luta. O que, inclusive, faz muito significado, afinal… o que todos nós queremos é um lugar seguro para sermos nós mesmos, fazendo o que mais amamos. Grande parte da comunidade encontra refúgio de suas vidas muitas vezes pacatas no jogo, no competitivo. Tem gente que segura uma semana inteira de dificuldades para poder sorrir no fim de semana a partir das 13h, horário que se dá início ao CBLOL, aos sábados e domingos. Mas… como fica o refúgio de quem trás essa alegria para o público brasileiro?
“Eu preciso cuidar de mim”, disse o carioca na premiação. A vida de pro player é o sonh0 de muitos, mas vivenciar isso na pele não é exatamente uma das coisas mais simples do mundo. A competição cobra, a torcida cobra, o time cobra e torcida também cobra. Isso aliado a uma rotina extremamente pesada, em que é necessário renunciar o conforto de coisas triviais do cotidiano: deixar de estar disponível para amigos, família e até mesmo no próprio relacionamento muitas vezes. O dia a dia de quem joga profissionalmente em alto nível é basicamente respirar o jogo e isso não é para qualquer um. brTT construiu um império, deixando muita coisa de lado para se dedicar à função nas organizações mais consolidadas no cenário.
Cerca de oito meses atrás, logo após estreia no universo das lutas, a Game Arena teve a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva com o astro, que disse com todas as letras que tem paixão pelos esports: “Eu realmente gosto. Não é algo que eu fazia porque dava dinheiro ou coisa do tipo. Eu tenho uma paixão pelos esports. Eu diria que vai ser uma coisa que eu nunca vou me desvincular. Pode ser que as vezes fique um pouco mais de lado porque o foco do momento é outro, mas desvincular, eu diria que nunca”.
A comunidade anseia pelo retorno aos palcos, mas não podemos ser levianos e dizer que é uma missão fácil. Tanto Tockers, quanto Takeshi, que são lendas do cenário, chegaram a falar o quão difícil é parar e voltar. Afinal… quantos exemplos temos no Brasil de jogadores profissionais de League of Legends que pausaram suas carreiras e voltam a todo vapor?
Hexacampeão do CBLOL, brTT foi por muito tempo o pro player que mais obteve títulos do campeonato no cenário, número que foi batido apenas por Robo, da LOUD, durante o primeiro split do torneio em 2024. Ou seja, a cobrança para que o pai consiga desempenhar jogadas emocionantes não será pouca. Durante a pausa para descansar, alguém conseguiu ser melhor do que ele e garantir algo que é para poucos: vencer quatro campeonatos seguidos, algo nunca realizado anteriormente na história da competição, que já existe há mais de 10 anos só aqui em nosso país. Além de seis títulos do torneio, o carioca também foi vitorioso do International Wildcard Tournament no Chile, em 2015. Na ocasião, representava a tradicional paiN Gaming, garantindo um 3 a 0 em cima da Kaos Latin Gamers e levando o nome da nação para a boca dos estrangeiros, mostrando a nossa grandiosidade.
É verdade, a gente não tem título mundial. Na realidade, nunca chegamos perto de ter um fato. Com brTT no cenário novamente, é um sonho que pode aquecer novamente o coração dos torcedores brasileiros, visto que, todos esperam que o pro player volte a fazer jogadas lendárias, marcando o nosso jeitinho de jogar bonito pelo mundo.
Ter brTT no CBLOL significa várias coisas para nós brasileiros. A imagem de — literalmente — um pai que zela pelo melhor para os filhos — que é a torcida tupiniquim apaixonada pelo cenário e jogo — e, acima de tudo, representa que o amor e o trabalho duro dão frutos em algum momento. O retorno marca a união da geração antiga que fundou o competitivo com os novos talentos que têm sido apresentados no cenário, com uma fagulha de esperança de que anos melhores virão para a nossa região, que tanto anseia por brilhar, desta vez… fora do Brasil.